Alimentos, Neurotransmissores e Saúde Mental: Muito Além dos Remédios

neurotransmissores e saúde mental

Quando pensamos em saúde mental, é comum associarmos diretamente ao uso de medicamentos. Eles têm, sim, um papel importante no tratamento de sintomas, mas não necessariamente atuam nas causas profundas do desequilíbrio emocional. E quando falamos em saúde mental, não estamos tratando apenas de diagnósticos médicos. Estamos falando também de situações comuns do dia a dia: ansiedade, tristeza persistente, compulsão alimentar, falta de foco, alterações no sono e até queda de energia. Esses sintomas estão ligados a mensageiros químicos do corpo. Alguns são os neurotransmissores clássicos como serotonina, dopamina, GABA, glutamato, acetilcolina e noradrenalina, que transmitem sinais diretamente entre neurônios. Outros, como a ocitocina e as endorfinas, são hormônios e neuropeptídeos que também influenciam o cérebro, promovendo sensação de vínculo, afeto e prazer. Até mesmo as citocinas, moléculas produzidas pelo sistema imune, participam desse diálogo porque aumentam a inflamação e alteram o equilíbrio dos neurotransmissores. Ou seja, quando falamos em neurotransmissores e saúde mental, estamos olhando para uma rede integrada: neurotransmissores, hormônios e sinais inflamatórios que se influenciam mutuamente e determinam nosso humor, energia, foco e bem-estar. E a boa notícia é que todos esses mensageiros podem ser influenciados pela forma como nos alimentamos, como nos movemos e como nos conectamos. Porque saúde mental não é feita só de remédios: alimentação, intestino, movimento e vínculos também modulam essa rede e ajudam a tratar as causas, e não apenas os sintomas. O papel dos nutrientes nos neurotransmissores Os alimentos fornecem precursores e cofatores indispensáveis para que o corpo produza neurotransmissores de forma equilibrada. GABA – o calmante natural Promove relaxamento e sono, reduzindo a excitabilidade neuronal. Glutamato – médico e monstro Essencial para memória e aprendizado, mas em excesso pode gerar excitotoxicidade e inflamação. Acetilcolina – foco e memória Fundamental para aprendizado e cognição, e sua deficiência está ligada ao Alzheimer. Serotonina – bem-estar e calma Regula humor, apetite e sono. Embora 90% da serotonina seja produzida no intestino, sua síntese depende de nutrientes e da saúde da microbiota. Dopamina – motivação e prazer Influencia energia, foco e recompensa. Histamina – alerta e resposta imune Importante para vigília, resposta imune e digestão, mas em excesso pode causar sintomas gastrointestinais, alergias e enxaquecas. Estilo de vida e vínculos Nem todos os mensageiros que influenciam a saúde mental são neurotransmissores. Alguns são hormônios e neuropeptídeos: O intestino como “segundo cérebro” A microbiota intestinal exerce papel ativo na modulação do sistema nervoso. Além de regular inflamação, ela favorece a produção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e GABA. Conclusão Os remédios têm sua importância, mas não podemos ignorar que a nutrição, a microbiota, o movimento e os vínculos sociais são parte ativa do cuidado da saúde mental. Cuidar da mente passa também por nutrir o corpo e cultivar vínculos. Cada refeição, cada abraço, cada movimento pode ser um passo para acalmar a ansiedade, melhorar o sono, trazer mais foco e cultivar bem-estar. Quer entender melhor como equilibrar alimentação, mente e emoções? Agende sua consulta comigo e comece essa transformação de dentro para fora.👩🏻‍⚕😉

Alimentação e Saúde Mental: como o que você come impacta seu bem-estar

Alimentação e Saúde Mental

Você já parou para pensar que aquilo que colocamos no prato pode afetar não só o corpo, mas também a forma como pensamos, sentimos e até lidamos com o dia a dia? Hoje sabemos que a alimentação pode reduzir ou aumentar processos inflamatórios no organismo. Esse efeito vai muito além do peso ou do metabolismo: ele chega até o cérebro e a saúde mental. O impacto da alimentação no corpo e na mente Não é sobre um alimento isolado, mas sobre o padrão de consumo ao longo do tempo. Um padrão alimentar com excesso de ultraprocessados, açúcares refinados e frituras, e baixa presença de fibras, está associado a maior risco de depressão, ansiedade e outros transtornos do humor. Pesquisas recentes confirmam: quanto mais inflamatório é o padrão alimentar, maior o risco de desenvolver esses sintomas. Microbiota intestinal: o elo entre alimentação e emoções Grande parte desse impacto acontece porque a alimentação tem o poder de remodelar a microbiota intestinal, o conjunto de trilhões de micro-organismos que vivem no nosso intestino. O intestino como “segundo cérebro” Nosso intestino não é chamado de “segundo cérebro” à toa. Ele participa da produção e regulação de neurotransmissores que afetam diretamente as emoções: Quando a microbiota está em desequilíbrio, a produção desses neurotransmissores fica prejudicada, aumentando a vulnerabilidade a sintomas ansiosos e depressivos. Psychobiotics: uma nova fronteira na saúde mental Nos últimos anos, surgiram os psychobiotics — probióticos e prebióticos estudados especificamente para a saúde mental. Ensaios clínicos já mostram benefícios em sintomas de depressão, ansiedade e transtornos do humor. Ainda é cedo para falar em soluções definitivas, mas a mensagem é clara: cuidar da microbiota é também cuidar da mente. Como proteger sua saúde mental com a alimentação Alimentação, microbiota e saúde mental estão conectados. Um padrão alimentar rico em fibras, frutas, verduras, legumes, gorduras boas e compostos naturais, consumidos com regularidade, ajuda a proteger não só o corpo, mas também o equilíbrio emocional. Lembre-se: o cérebro sente aquilo que o intestino vive. Cultivar um padrão alimentar menos inflamatório é um gesto simples, mas poderoso, de cuidado com você mesmo. Gostou do assunto abordado? Aproveite e leia também sobre “O que A Sua Boca Tem A Ver Com a Sua Saúde Mental?” FONTES: https://www.frontiersin.org/journals/nutrition/articles/10.3389/fnut.2021.662357/full DOI: 10.3390/nu15173704• DOI: 10.3390/ijms231911245• DOI: 10.3389/fpsyt.2023.1074736• DOI: 10.3389/fnut.2023.1173660• DOI: 10.3390/nu16071054• DOI: 10.3390/metabo14100549• DOI: 10.3390/nu15061496• DOI: 10.1097/MD.0000000000036584• DOI: 10.1002/ctm2.471

Chocolate amargo: prazer para o paladar e combustível para o cérebro

chocolate amargo

Quando se fala em chocolate, quase sempre pensamos em prazer, conforto e um momento especial para desacelerar. Mas, além de encantar o paladar, o chocolate amargo pode ser um aliado poderoso para o cérebro, especialmente quando precisamos manter o foco e a concentração. Um estudo recente publicado na revista Heliyon (2024) revelou que 25 g de chocolate amargo com alto teor de cacau (70–85%) podem ajudar a preservar o desempenho mental durante tarefas longas e desafiadoras. Isso significa que o chocolate, quando consumido na versão certa e na medida adequada, pode nutrir não apenas o corpo, mas também a mente. O estudo que ligou chocolate amargo e desempenho cerebral A pesquisa foi realizada com adultos que receberam dois tipos de chocolate: um rico em polifenóis (635 mg) — compostos antioxidantes presentes no cacau — e outro com baixo teor desses compostos (211 mg). Após o consumo, os participantes realizaram tarefas que exigiam alto nível de atenção e controle mental. O resultado foi surpreendente: Em outras palavras, a versão mais concentrada em cacau ajudou o cérebro a “aguentar firme” por mais tempo, sem perda significativa na performance. Por que o chocolate amargo ajuda o cérebro? O segredo está na composição do cacau, que é naturalmente rico em flavonoides, como a epicatequina e as proantocianidinas, e na teobromina. Essas substâncias têm efeitos importantes: Com isso, o chocolate amargo oferece suporte para manter o raciocínio claro e a atenção afiada, especialmente em situações que exigem esforço mental prolongado. Nem todo chocolate é igual É importante lembrar que os benefícios citados no estudo não se aplicam a qualquer tipo de chocolate. Para alcançar o efeito observado, o ideal é consumir versões com pelo menos 70% de cacau. O chocolate ao leite e os que contêm muito açúcar têm menor quantidade de polifenóis e, portanto, não oferecem o mesmo suporte cognitivo. No estudo, a dose utilizada foi de 25 g de chocolate amargo por dia — aproximadamente dois quadradinhos de uma barra padrão. Esse é um ponto essencial: mesmo o chocolate mais saudável deve ser consumido com moderação, pois ainda é calórico e pode impactar negativamente a saúde se ingerido em excesso. Cuidados individuais Nem todas as pessoas podem ou devem consumir chocolate regularmente. Quem tem condições como refluxo, alergias, enxaqueca sensível à cafeína ou intolerância à lactose (em alguns chocolates) deve avaliar junto a um profissional se o consumo é indicado. No Método Nutrição com Acolhimento®, considero a história, os sintomas e os objetivos de cada paciente. Isso significa que, antes de indicar o chocolate amargo como aliado do foco e da concentração, avalio o contexto completo da pessoa. Chocolate, bem-estar emocional e ciência Além de favorecer a função cognitiva, o chocolate amargo pode contribuir para o bem-estar emocional. Seu sabor marcante e textura cremosa ativam áreas cerebrais ligadas ao prazer e à recompensa, estimulando a liberação de endorfinas e modulando neurotransmissores relacionados ao bom humor.Essa combinação de benefícios sensoriais e efeitos no cérebro torna o chocolate amargo um alimento especial, unindo prazer e saúde de forma única. Resumo dos benefícios do chocolate amargo para o cérebro Conclusão O chocolate amargo, quando consumido de forma consciente e com alto teor de cacau, pode ser um recurso saboroso para apoiar o cérebro em momentos de alta demanda mental. Se para você o chocolate amargo fizer sentido, ele pode ser um aliado não apenas do bem-estar emocional, mas também do desempenho cognitivo. Veja a fonte deste estudo acessando aqui  https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2024.e24430 Lembre-se: equilíbrio é sempre a chave. E, quando a ciência se alia ao prazer, o resultado é muito mais doce — e saudável. 🍫✨ Quer saber mais sobre como unir nutrição e bem-estar? Acesse a página do blog e descubra outros conteúdos que farão muito bem a sua saúde 😊

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